Blog do professor Jean Mourão

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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Brasil tem 185 milhões de habitantes, diz número parcial do Censo 2010

O Brasil tem 185.712.713 de habitantes, segundo resultado preliminar do Censo 2010, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número oficial será conhecido somente no dia 29 deste mês, após uma eventual análise de contestações apresentadas por municípios insatisfeitos com a contagem. Estimativa divulgada em agosto do ano passado pelo instituto apontara população maior, de 191,5 milhões de pessoas - 5,8 milhões a mais.

"Essa discrepância é normal. Agora temos o dado real, contado", diz a pesquisadora Ana Amélia Camarano, coordenadora de População e Cidadania do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). "No dia em que a estimativa acertar na mosca, a gente não precisa mais gastar R$ 1,5 bilhão com o Censo", acrescenta Ana Amélia.

Ela lembra que o dado divulgado ontem ainda é parcial e avalia que provavelmente o resultado final será um pouco maior, perto de 188 milhões, com eventual acréscimo de domicílios não incluídos na contagem.

Para Ana Amélia, o resultado mostra que a taxa de fecundidade caiu mais do que se previa no Brasil. "A população vai começar a diminuir mais cedo do que pensávamos. Nossas estimativas indicam que isso deveria ocorrer entre 2030 e 2035, mas provavelmente começará a diminuir antes disso", completou.

Como a população oficial contada pelo IBGE determina a participação no fundo de municípios, a "gritaria é normal", diz a pesquisadora. "É uma grita por recursos." Desde ontem, as prefeituras têm prazo de 20 dias para apresentar suas avaliações e eventuais contestações sobre os números divulgados pelo IBGE.

Alteração. O economista Marcos Mendes defende uma mudança no cálculo do Fundo de Participação dos Municípios. "A divisão é problemática, porque os municípios são divididos em faixas de população. Há um problema com os municípios que ficam na beirada das faixas. Às vezes, a diferença de três habitantes joga para uma faixa maior ou a redução de dez habitantes joga numa faixa menor", analisa.

Os mais prejudicados, segundo o economista, são os municípios que ficam nas periferias das capitais. "Eles têm mais de 156 mil e por isso recebem a alíquota máxima (4,0). No final das contas, eles acabam recebendo menos verba per capita que municípios de 10 mil habitantes."

Mendes afirma que isso não é justo. "Porque geralmente são lugares onde a população cresceu rapidamente, sem infraestrutura, com problemas sérios de saneamento. O fundo atualmente joga muitos recursos em municípios rurais, pequenos."

A divulgação dos resultados oficiais das populações nos municípios está prevista para o dia 29. Como o resultado ainda é parcial, ontem o IBGE não quis comentar os números.



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