Blog do professor Jean Mourão

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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Atualidades: Crise econômica dos EUA

02/08/2011

Senado dos EUA vota corte de quase US$ 1 trilhão contra calote

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Senado dos Estados Unidos vota nesta terça-feira o projeto que visa cortar US$ 971 bilhões em gastos e elevar o teto da dívida para US$ 15,2 trilhões.

A expectativa é que o Senado, de maioria governista, aprove o projeto com o endosso do líder da maioria, o democrata Harry Reid, e o líder republicano Mitch McConnell. A sessão está prevista para começar às 12h (13h em Brasília).

O projeto é fruto de um acordo entre republicanos e democratas, alcançado após meses de intenso debate e às vésperas do fim do prazo para o calote --meia-noite desta terça-feira.

O presidente Barack Obama prometeu assinar a medida imediatamente.

O projeto de lei eleva o teto da dívida em US$ 900 bilhões, dos atuais US$ 14,3 trilhões para US$ 15,2 trilhões. Era uma exigência dos republicanos, maioria na Câmara dos Deputados, que cada dólar da elevação do teto fosse compensado com cortes de gastos.

Deste dinheiro, US$ 400 bilhões podem ser emprestados imediatamente --o que garantiria os ameaçados benefícios sociais e empresas que prestam serviços para o governo. Outros US$ 500 bilhões serão liberados até fevereiro.

Outro US$ 1,2 trilhão em novos cortes deve ser proposto por um comitê bipartidário até o Dia de Ação de Graças, em novembro deste ano.

Apesar do complexo debate no tema, a elevação do teto da dívida é algo corriqueiro nos Estados Unidos. Neste ano, contudo, a decisão foi contaminada pela campanha das eleições gerais de 2012, nas quais Obama tentará a reeleição.

O plano não agradou a todos os republicanos (que viram os cortes como muito modestos), nem todos os democratas (que viram os cortes como muito amplos).

O problema, contudo, vai muito além das questões partidárias. Sem a elevação do teto da dívida. o Tesouro americano não teria dinheiro para pagar os investidores de seus títulos, beneficiados pela Seguridade Social, benefícios aos veteranos e empresas que trabalham para o governo.

Funcionários da administração Obama dizem que um calote prejudicaria gravemente a economia mundial.

Os EUA atingiram seu limite de endividamento em maio, mas o governo usou manobras para garantir o pagamento das contas até esta terça-feira.

Na noite de domingo (31), Obama anunciou que os líderes do Congresso e da Casa Branca chegaram a um acordo para aumentar o teto da dívida e evitar portanto que o país entre em moratória. Ele aproveitou para lançar a responsabilidade de aprovar as medidas ao Congresso.

O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, disse ao canal de TV ABC News que não sabe quais serão os efeitos do debate na classificação de risco dos EUA, atualmente AAA, mas diz temer que a confiança mundial ficou abalada "por este espetáculo".

"Isto, de algumas formas, é um julgamento sobre a capacidade do Congresso de agir", disse.

DEPUTADOS

A Câmara dos Deputados aprovou o plano na noite de segunda-feira com 269 votos a favor e 161 contra. Para que o plano fosse aprovado, era necessário que 216 deputados votassem a favor.

Houve apenas quatro abstenções e até a deputada democrata Gabrielle Giffords -- que levou um tiro na cabeça em Tucson no começo do ano -- compareceu à votação.

Entre os democratas, 95 votaram contra e 95 a favor. Entre os republicanos, 173 votaram a favor e 66 foram contra.

Os republicanos votaram rapidamente, mas a maior parte dos democratas aguardaram até os últimos minutos para votar --o que permite avaliar quantos votos serão necessários para aprovar o pacote.

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